Aluísio Pimenta - Professor e Membro da Academia Mineira de Letras
Os jornais noticiam uma interpretação diferente por parte dos Secretários de Agricultura e do Meio Ambiente. O Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Gilman Viana Rodrigues, afirma que as arvores resultantes do plantio passam a ser cortadas e negociadas como madeiras sem nenhuma restrição, como acontece com o plantio e colheita da cana de açúcar.
A Secretaria do Meio Ambiente é de opinião e atua no sentido de que o plantio de mudas de arvores tem como objetivo corrigir o desmatamento e que, portanto as arvores resultantes deste replantio não possam ser cortadas, sem autorização dos órgãos competentes e deve seguir as mesmas regras adotadas para as florestas naturais. Este comportamento gera um impasse bem grande, porque o plantio de arvores como processo de reflorestamento não interessa às empresas particulares, cujos investimentos aguardam por compensações financeiras.
Creio que a Secretaria de Agricultura tem razão. As empresas privadas que plantam arvores devem ter o direito de abatê-las para utilizá-las em processos comerciais e industriais com as instruções de não poluir o meio ambiente. Acredito que este caso de plantar determinados vegetais pelas empresas privadas, desde que não sejam plantas ilegais, dá a estas empresas a propriedades das mesmas para que possam comercializá-las, caso contrário, estariam sujeitas à decisão dos Órgãos do Meio Ambiente para comercializar o milho, a cana, o arroz e outros vegetais, além das frutas como a laranja, a manga e outras.
As instituições que regulam o Meio Ambiente são da mais alta importância e devem ser obedecidas e prestigiadas. Minha opinião no que se refere aos Órgãos do Meio Ambiente é que torna-se necessário um diálogo mais amplo e repetido entre estes Órgãos e as empresas públicas e privadas, as associações de classe e a comunidade em geral, para que não se estabeleçam normas irregulares, mas que sejam criadas urgentemente regulamentações que impeçam os abusos das importantes normas do Meio Ambiente e os transtornos de que temos sido vítimas em todo o mundo inclusive o fato de estarem desaparecendo as características das 4 estações do ano.
Um diálogo mais amplo dos setores do Meio Ambiente com as universidades, as empresas públicas e privadas e as associações profissionais, creio constituírem um fator muito positivo para que as importantes questões ambientais fossem mais aceitas como contribuição ao desenvolvimento econômico, social e político de nosso país.
Existe uma crença na sociedade de que os governos são impositivos e não querem ouvir a sociedade. Neste momento, em que se vive uma gravíssima crise internacional que muitos acreditam tratar-se de uma crise econômico - financeira, em verdade é uma crise muito mais ampla e atinge amplos setores da sociedade em geral e deve da mesma maneira ser resolvida com participação da sociedade.
É também muito importante esta ampla participação da sociedade na gravíssima crise política que atinge o Poder Legislativo e mais gravemente o Senado. Todos estes setores estão exigindo um sério diálogo entre governos em todos os setores e toda sociedade. Neste antigo me referi ao diálogo entre os setores do Meio Ambiente e os vários setores produtivos. Este diálogo é fundamental e urgente para o desenvolvimento dos Estados e do país.
Fonte: jornal Hoje em Dia, Opinião, página 4, 04/09/09
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